Trouxe o amor o seu caudal de dores.
seu longo raio e estático de espinhos
e cerramos o olhar para que nada,
para que mágoa alguma nos separe.
Teus olhos não tem culpa deste pranto:
tuas mãos não cravaram esta espada:
não buscaram teus pés este caminho:
chegou a teu coração o mel sombrio.
Quando o amor como uma onda imensa
nos esmagou de encontro a pedra dura,
nos amassou como uma só farinha,
caiu a dor sobre outro doce rosto
e assim na luz desta estação aberta
consagrou-se ferida de primavera.
Fonte: Livro:Pablo Neruda- Presente de um poeta-tradução de Thiago de Mello
Postado por: Fernanda Dias- 7°b
domingo, 28 de março de 2010
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